Filha da Profecia - Juliet Marillier (Trilogia Sevenwaters #3)

A Filha da Profecia é o último livro da primeira trilogia sobre Sevenwaters e, novamente, Juliet Marillier nos faz adentrar as florestas que protegem as Ilhas Sagradas e acompanhar mais esse capítulo da família de Sorcha.


A história dessa vez é de Fainne, filha de Ciáran e Niamh, e foi criada sozinha pelo pai depois que sua mãe faleceu. Longe de Sevenwaters e sem entender todos os atritos que ocorreram devido suas origens, a moça cresce solitária aprendendo a usar o dom da magia em uma remota e isolada montanha.

Porém, sua pacata vida é abalada quando Lady Oonagh, sua avó, retorna e a obriga a reclamar sua posição em Sevenwaters, como membro oficial da família. Oonagh não gosta de ver que a neta está se entregando a magia do bem e a inicia nos caminhos da trevas. Fainne será sua infiltrada em Sevenwaters e, finalmente, a feiticeira terá sua vingança contra a Tuatha De Danann e os Seres da Floresta, ao impedir que os aliados de Sevenwaters reconquistem a Ilha Sagrada, invadida há gerações pelos bretões.

Ao chegar em Sevenwaters Fainne vai descobrindo mais sobre a família da mãe e entrelaçando as pontas deixadas pelas outras duas histórias. A Filha do Fogo é recebida com desconfiança pelos seus familiares, principalmente por Sean, o atual Lorde de Sevenwaters. Por ter vivido grande parte da sua vida sozinha, ao encontrar uma outra realidade e conhecer suas primas, a moça nota que nem tudo precisa ser levado a ferro e fogo.

Contudo a onipresença de Lady Oonagh faz com que Fainne fique em dúvidas sobre sua missão de infiltração, pois as peças não estão se encaixando e sua luta interna está cada vez maior. Além do mais, a grande profecia diz que o momento único de guiar Sevenwaters à conquista das Ilhas Sagradas está cada vez mais próximo.


A Filha da Profecia fecha o primeiro ciclo da Coleção Sevenwaters e novamente somos apresentadas a uma protagonista forte, cheia de si e independente. Fainne é bem diferente de Sorcha e Liadan, um pouco mais solitária que as anteriores, mas tão perspicaz quanto. No sangue da moça corre as quatro raças que formam Sevenwaters e isso traz uma perspectiva nova à trama.

A leitura, como característico da autora, tem suas passagens densas e tristes, muitas vezes ficar ao lado de Fainne é difícil, mas no decorrer da leitura acompanhamos sua evolução e amadurecimento. Mesmo com suas 640 páginas a leitura flui muito bem, apesar de algumas passagens arrastadas e a mudança no ritmo em comparação aos antecessores, agora a história gira em torno dos envolvimentos internos da família e como isso pode determinar ou não a recuperação das Ilhas Sagradas. 

Juliet Marillier continua trabalhando de forma primorosa e encantadora, nos fazendo refletir sobre o papel da mulher, suas lutas e dificuldades. O romance continua não sendo a questão central da história e mesmo assim, quando aparece nos é apresentado de forma sutil e delineado no decorrer das páginas. Confesso que, para mim, este não é o melhor livro da trilogia principal, mas nem de longe é ruim. 

Acompanhar a terceira geração das herdeiras de Sevenwaters foi uma experiência única e, admito, essa saga tem um espaço especial no meu coração! Para quem gosta de um bom romance fantástico, cultura e mitologia celta, A Filha da Profecia vem fechar esse primeiro ciclo e faz isso de maneira extremamente realista e possível dentro do contexto da história.

Há sempre motivo para sorrir, Cachinhos. Mesmo que seja por coisas pequenas, tolas. O som de uma gaita ao anoitecer; a luz se refletindo sobre os cabelos de uma garota. Uma piada entre dois amigos. Você apenas se esqueceu de como é. ~ p. 485

Nota: 4,5/5★
O Livro no Skoob: Filha da Profecia

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