O Círculo


O Círculo é uma adaptação do livro homônimo de Daves Eggers, publicado no Brasil pela Companhia da Letras que gentilmente nos convidou para a pré-estreia do filme! Ficamos muito felizes com o convite!! Muito obrigada! ❤ O Círculo é um daqueles filmes que te deixam com a pulga atrás da orelha logo no trailer, você pensa que é genial e que pode dar uma super trama de conspiração, tecnologia e surpresas… Bom, a trama é realmente boa, mas nem mesmo três grandes nomes fazem milagre em uma adaptação quando se trata de enredos mal desenvolvidos.




Mae (Emma Watson) é uma garota suburbana que vive com os pais, ela trabalha como atendente em uma empresa e sua insatisfação com sua condição é evidente logo nos primeiros minutos de filme, mas sua vida está prestes a mudar quando sua melhor amiga, Annie (Karen Gillan), consegue uma entrevista para uma das maiores empresas de tecnologia do mundo: O Círculo. 


O CEO da empresa, Eamon Bailey (Tom Hanks), é um daqueles líderes inspiradores e entusiastas que fazem palestras motivacionais para seus colaboradores para mostrar a importante missão que cada um tem dentro d’O Círculo e também dentro da sociedade fora dele. Compartilhar é dividir o conhecimento, dividir suas realizações, suas conquistas, seus gostos pessoais são formas de participar de um todo que o Círculo representa. Mae, a princípio, age com estranheza e achando tudo aquilo exagerado, mas conforme as cobranças ‘sociais’ dentro da empresa vão aumentando, ela se vê fascinada e, posteriormente, até submissa por aquilo que antes a incomodava.

A premissa do filme é excelente: uma empresa de tecnologia que detêm controle sobre praticamente tudo e vêm ganhando forças até mesmo no cenário político Google é você? O.O, porém apesar de prezar pelo bem estar de seus funcionários o que vemos são pessoas a beira do colapso, mas mesmo assim, fingindo que são felizes dentro de umas das “melhores empresas do planeta”. Só esse contexto já nos faz refletir sobre muito do que vivemos atualmente, sobre ilusões profissionais e de como usamos as redes sociais para mascarar o que realmente sentimos, como se vivêssemos num estado de plenitude, onde tudo está ótimo e somos sempre felizes. 


O problema do filme não é sua premissa e sim como foi desenvolvido. Somos apresentados a várias situações entre Mae, sua família, amigos e colegas de trabalho que são abordadas muito superficialmente. O problema é apresentado, mas todo o desenvolvimento dele é quase que completamente ignorado, quando pensamos que a trama vai se intrincar com todos os problemas em aberto… Ela simplesmente acaba de forma monótona, deixando um gosto muito amargo com o desfecho. 

O Círculo parece um episódio de Black Mirror piorado, fiquei bem descontente, pois esperava outras atitudes de Mae no decorrer da trama, principalmente após o que ela descobre através do personagem de John Boyega. Aliás, a tríade do elenco: Emma Watson, Tom Hanks e John Boyega não foi nada sinérgico e não salvaram o filme! E infelizmente, o Boyega foi muito mal explorado na trama.


Ainda não tive a oportunidade de ler o livro, talvez as questões que mais me incomodaram sejam melhor exploradas entre páginas e talvez o final faça mais sentido para quem leu ou não... Aqueles que se sentiram interessados pela premissa podem recorrer ao livro e ver se conseguem algumas respostas e torcer por um melhor desenvolvimento dos personagens. Mesmo não gostando do desfecho do filme, ele nos deixa com alguns questionamentos sobre o uso excessivo redes sociais, o irrevogável avanço da tecnologia para o nosso “controle” e sobre a privacidade nos tempos cibernéticos. 

~ Jack metendo o bedelho ~ A história tem uma premissa muito relevante e promissora, ao discutir a dependência tecnológica vivida pela sociedade moderna e apontando os perigos dessa relação. Uma narrativa que vai escalando, indo do ceticismo, passando pela fascinação para a completa entrega e submissão. Entretanto, infelizmente a adaptação não foi tão bem sucedida no desenvolvimento de uma temática complexa e interessante. Provavelmente, um dos motivos foi a atuação de um elenco formidável, mas que deixa a desejar e acaba por soar quase plástica. Nem mesmo Tom Hanks conseguiu transparecer a autenticidade esperada de seu personagem, ainda assim sendo a melhor atuação do elenco e o personagem mais interessante, e John Boyega, meu crush, sem seu característico humor soou completamente deslocado e pouco credível em um personagem que deveria ter um ar sério e misterioso. E quanto a Emma Watson lhe faltou aplicar um pouco do seu entusiasmo de seus discursos de “He For She” para inspirar o telespectador e causar um pouco mais de imersão.





8 comentários:

  1. Definitivamente, uma resenha que complementa uma conversa em off (Nise, quase fiquei esperando que seu texto começasse com "Ci!...,").
    Difícil continuar querendo assistir um filme que, sim, provocou curiosidade e interesse... Com trailer e sinopse que te fazem esperar a estreia com ansiedade!
    Se o próprio Ton Hanks (God Save The King!) não conseguiu subir o nível do enredo, só me resta assistir, e me juntar a mesa dos críticos... Ou, discordar, durante um café sem açúcar... Com o livro embaixo do braço, por garantia.

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    1. Está aberta a temporada de cafés sem açúcar! rsrs
      Eu tô louco pra vc assistir e conversamos sobre ele! Ou sobre enredo de maneira geral!

      E é claro... Com o livro embaixo do braço! xD

      Bjs Ci! :*

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  2. Meninas, vi o trailer e me pareceu bem interessante. Não li o livro também, mas provavelmente esses questionamentos que vocês citam acredito que no livro devem ser explorados melhor. (tomara neh? rs). Adaptação para cinema normalmente sempre fica um pouco a desejar mesmo (ando meio desanimada em ver essas adaptações de livros, principalmente os que já li). Mas focando na resenha, achei relevante o fato de mostrar nas telinhas um pouco desse mundo moderno que vivemos. Hoje em dia as pessoas andam muito preocupadas com suas profissões, em ter sempre mais e mais dinheiro, posição social, em estar participando de redes sociais, postando muitas vezes coisas que são só teorias, mas que na prática não é nada daquilo. Enfim, gostei dessa premissa e pretendo conferir em breve nos cinemas.

    Beijos

    Vivian
    Saleta de Leitura

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    1. Oiee Vivian!

      Tomara que no livro seja melhor explorado. Sim, as adaptações estão ficando cada vez piores, eu sou beeem puritana gosto de ver o livro na tela, aceito que uma coisa ou outra fique de fora, mas modificar drasticamente o enredo original me tira do sério! rsrs

      A premissa é super interesse e mesmo que o filme não seja lááá aquilo tudo dá para refletirmos bem sobre o papel que levamos online!

      Quando assistir volte aqui pra contar pra gnt! :D

      Obrigada pela visita! ♥

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  3. Oi Denise, tudo bem??

    Menina eu tenho vontade de assistir este filme, mas o que eu tenho lido de críticas negativas referente ao desenvolvimento e a falta de química do atores tem sido muito alta, por isso prefiro que o filme sai on line do que ir ao cinema... de qualquer forma a mensagem que ele passa é bem válida para reavaliarmos as nossas andanças nas redes sociais e o que publicamos... Adorei sua resenha sincera. Xero!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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    1. Oiee Diana, tudo sim e com vc?

      Eu deixaria passar pra assistir em casa mesmo! Sim, a mensagem é excelente! Pelo menos gera altas reflexões sobre o papel das redes sociais nas nossas vidas!

      Obrigada pela visita flor! ♥

      Bjs

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  4. OOOOOOOOOI

    desde que eu vi o trailer eu fiquei com uma super vontade de assistir. Uma pena que você achou que faltaram questões a serem abordadas :( acho que o livro deve mesmo esclarecer isso. Os livros sempre deixam tudo mais redondinho já que nao tem limite de tempo, né?

    beijo
    www.beinghellz.com.br

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    1. Oie Hellz!

      Também acho, tô até procurando algumas resenhas aqui para ver se compro o livro!
      Sim, aquela velha história das adaptações, né? rsrs

      Obrigada pela visita! ♥

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