Aquaman

Ora, ora… não é que fomos surpreendidos novamente? Depois de um histórico, digamos, cambaleante do DCU (universo cinematográfico da DC que agora passa a se chamar “Worlds of DC”), podemos ser honestos e dizer que a hype em torno de Aquaman  - que já não é assim um dos personagens mais populares da DC - não estava lá tão elevada, não é mesmo? Pois bem, seja talvez até mesmo esse um dos motivos, a verdade é que James Wan entregou uma boa surpresa que já é sucesso de bilheteria.


História de origem de Arthur Curry, o Aquaman, o longa se passa após “A Liga da Justiça”. Com um visual chamativo e extremamente colorido que, ainda mais se comparado com os demais filmes do estúdio, causou estranheza -  para não falar desgosto - desde o primeiro trailer que esbanjava uns CGIs duvidosos à la Power Rangers que me arrastaram ao cinema já com um pé atrás. Eis que, para nossa alegria, o filme envolve do começo ao fim e, mesmo com um visual meio esquisito ao longo do caminho, o longa empolga de verdade!

DC é, dentre outras coisa, conhecida por alguns dos vilões mais icônicos da Cultura Pop, algo que nos últimos anos tem tido dificuldade de transportar das páginas para a telona, porém em Aquaman, se não excepcionais, ao menos vemos vilões realmente críveis. Honestamente aqui há uma motivação real e compreensível para a desavença com o herói e devo admitir que em certo ponto nem dá pra tirar a razão ali do “cara mau”, viu.


As cenas de ação são envolventes, muito bem coreografadas e altamente favorecidas por ângulos de câmera que acompanham os movimentos, num resultado frenético e empolgante. Isso vale tanto para lutas “mano a mano” quanto para batalhas maiores, pois em ambos os casos o diretor James Wan realmente impressiona e entrega aquilo que a gente quer ver num blockbuster de qualidade: TRETA.

O roteiro, mesmo não sendo suuuuper original, funciona e isso pra mim, e acredito para a maioria dos fãs também, é prioridade no momento. Ele se utiliza de um punhado de clichês e facilitações narrativas, um deles em especial bem parecido com Mulher Maravilha, mas de maneira um pouco menos piegas. Entretanto, o importante é que no final o roteiro ainda entrega um resultado legal com ares de dever cumprido. É o fôlego que a DC estava precisando no momento  -  trocadilho intencional.

E falando em Mulher Maravilha… As primeiras críticas de Aquaman apontavam que esse seria o melhor filme do estúdio nessa era “pós Nolan” e eu sendo muito fã do trabalho da Patty Jenkins fiquei curiosa, pois a comparação era inevitável. Então gostaria de comentar que, por uma série de motivos, com folga eu ainda prefiro Mulher Maravilha, sem desmerecer Aquaman. Mas devo admitir que Aquaman tem algo que MM não tem: três atos consistentes. Enquanto o filme solo da heroína têm dois primeiros atos excepcionais e um terceiro bastante inferior - desculpe Patty por falar mal do HINO, mas é verdade -, Aquaman apresenta não apenas uma coerência entre os atos quanto constrói um ápice bem bacana.


Quanto aos maiores nomes do elenco… Vale destacar que, com pouco tempo de tela, Nicole Kidman como sempre cativa a audiência, sempre maravilhosa, enquanto o brilhante Willem Dafoe, tá ali pra cumprir seu papel e nada muito além disso mesmo. Os vilões Patrick Wilson e Yahya Abdul-Mateenll, diferente de seus figurinos, convencem. Amber Heard como Mera sei lá, gostei e um pouco não gostei, tem seus momentos e outros nem tanto, acabou que não me deixou nenhuma grande impressão. Mas sem sombra de dúvidas, o grande acerto é o enorme carisma de Jason Momoa, que nem grande ator é - sejamos honestos -, mas que domina a audiência numa performance magnética - e nem to falando isso pelos óbvios atributos físicos do rapaz, que convenhamos não atrapalham -  ele simplesmente vai do “badass” ao hilário em questão de segundos e é algo muito divertido de se ver. Aliás, mais um ponto positivo é destacar o herói apontando aquilo que faz dele diferente dos demais apresentados anteriormente, como por exemplo debater um código moral bem distinto daquilo que nos acostumamos com a famosa trindade DC dos cinemas (Batman, Superman e Mulher Maravilha) e muitos outros super heróis que vimos ao longo dos anos.


Em resumo, Aquaman é um filme que, sem ser extremamente original, ainda é surpreendente e muito, muito divertido. Engraçado, político, empolgante, o “Homi Peixe” chegou chegando e nossa equipe espera que seja pra ficar. Aquaman é um novo capítulo num futuro incerto e atualmente meio confuso do universo cinematográfico da DC que, enquanto não sabemos que fim leva, renova nossas esperanças de uma guinada positiva nos rumos do estúdio.


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