Sobre Ondas, Representatividade e Pertencimento


Para mim “representatividade” parece uma marola que se transforma em onda e que pode não derrubar, mas te faz firmar os pés para aguentar o impacto que está vindo. Se bem que muitas vezes custamos a entender que aproveitar o mergulho é melhor do que brigar com essa onda. E quando o assunto é representatividade na ficção (e fora dela também) eu vejo gente ~quase~ se afogando...

Porque representar também é estar junto! ♥

Nós, que respiramos a Cultura Pop/Geek diariamente,  notamos quão delicado e estressante é quando falamos sobre protagonismo não-branco. Representar é muito mais que ceder um papel - entre dezenas dentro de uma história, é fazer com que mais pessoas se identifiquem com aquilo que está assistindo/lendo. E, como disse anteriormente, essa identificação ocorre de várias formas e maneiras distintas, mas há sempre aquele combo, o match perfeito: quando você,  literalmente, se enxerga na personagem.

Quando se experimenta essa sensação, você mergulha nela e todo o poder da representatividade faz mais sentido. Se nós, jovens adultos, consumidores e apreciadores da cultura geek conseguimos sentir esse poder imagina quando uma criança se depara com ele? Quando o menininho se identifica com o boneco do Finn, de Star Wars; quando a menina não se sente vergonhada de seu corpo como a ChouChou, de Boruto; quando aquela outra criança se vê no Luca ou na Dorinha, da Turma da Mônica ou, sei lá, quando a já “adulta” se vê numa jovem adolescente negra da Marvel. xD

O poder da representatividade está em retratar essas minorias, que não são tão minorias assim... Sem, necessariamente, abordar um assunto polêmico ou questionar a razão daquele personagem estar ali. Representar é mostrar que todos podem e devem estar dentro desse grande universo ficcional, sem distinções! Ela está lá para espelhar uma sociedade que é plural, mas singular nas suas particularidades, sendo única em suas diversas formas. 

Essa pluralidade nos torna mais empáticos, pois nos permite conhecer melhor, aceitar realidades que, muitas vezes, não são as nossas e se encantar por elas. Essa tal representatividade proporciona o sentimento de pertencimento, de estar junto, de fazer parte de algo maior. E isso soa muito bem aos meus ouvidos, como aquele som de onda que vem se aproximando... se aproximando... e dá lugar ao frio na barriga que nos preenche segundos antes do impacto. 

Agora cabe a você mergulhar ou deixar a onda passar. :)

2 comentários:

  1. Que texto incrível! Nunca parei para pensar na importância da representatividade, mas o assunto foi explanado muito bem e adquiri uma noção ótima sobre. Adorei!

    http://www.leitorasvorazes.com.br/

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    1. Muito obrigada! É bom debater sobre assuntos que, às vezes, não estão no nosso encalço, não é?!
      São muitos detalhes a explorar! Muito obrigada pelo elogio! *-*

      Abraços! ;*

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