Gilmore Girls - Parte 1


Há muitas séries pelas quais eu tenho completa adoração e, dentre elas, definitivamente Gilmore Girls tem um lugar de especial em meu coração. O meu carinho pela série começou quando eu via episódios esporádicos no SBT, conhecida como “Tal mãe, tal filha”, e me conquistou completamente quando no começo da faculdade finalmente vi a série completa. 

Oy with the poodles already!
Sendo eu mesma filha de uma jovem mãe solteira, a temática não precisava muito esforço pra chamar minha atenção. Apesar de diferenças óbvias, sempre pude me identificar com a série no sentido de ter em minha mãe minha melhor amiga e compartilhar com ela uma relação baseada na mais completa confiança. Como Lorelai, minha mãe engravidou por acidente e não cedeu a pressão do que era esperado na época, decidindo que não era um casamento forçado que criava uma filha, mas sim uma mãe dedicada. E como ela se empenhou! Por isso e por nossa relação eu tenho uma vida inteira a agradecer. Nós somos completamente diferentes uma da outra, mas nos entendemos e temos uma cumplicidade que preenche meu coração. A minha mãe é definitivamente minha Lorelai, meu exemplo e fortaleza, juntas formamos uma equipe na qual uma dá cobertura para a outra. Assim, seria impossível não ter uma ligação instantânea muito forte com essa série.

Não bastasse o apelo sentimental que tem comigo, a série leva para outro nível um hábito que tenho desde sempre: falar muito, falar muito rápido e falar sobre muitas coisas ao mesmo tempo. Gilmore Girls é conhecida por seus diálogos extremamente rápidos e afiados, repletos de inúmeras referências culturais, que atropelam surpreendem telespectadores desavisados. Para se ter uma ideia, os roteiros tinham quase o dobro de um roteiro comum de uma série de 40 minutos, tão rápidos eram os diálogos. É praticamente impossível acompanhar tudo, mas um deleite ser carregada em tanta informação.

A série carrega um humor muito particular e tem o dom de fazer com que você se importe com absolutamente todos os personagens, por menor que seja seu papel. Você se sente um morador honorário de Stars Hollow e tem vontade de palpitar em qualquer pequeno assunto da cidade, fazer parte dos insanos eventos, ser amigo dos moradores. Você chora e você ri, você vive as emoções da série.

Uma vez um amigo meu me perguntou se a série não era “too much girly”, “muito feminina”. Eu pensei e respondi que não era uma série para mulheres, mas uma série sobre mulheres, fortes e independentes, que não têm medo de ter sua própria opinião e visão do mundo, nem refutar tradicionais normas de gênero. Não é uma série sobre os estereótipos que frequentemente vemos na televisão, mas uma série feminista que consegue ser delicada, poderosa e ousada ao mesmo tempo. Essa é uma série que não é, afinal, sobre os relacionamentos amorosos das protagonistas como se espera, mas eles claramente são parte importante da vida das personagens como acontece na vida de real. A série não é sobre quem fica com quem no final, mas indo muito além, é sobre uma jornada de crescimento de três gerações de mulheres excepcionais. É sobre as dificuldades de relacionamentos, sejam amorosos, de amizade ou principalmente familiares. É sobre batalhar seu caminho na vida e se encontrar em meio a adversidades e dúvidas, é sobre tomar decisões difíceis e, acima de tudo, é sobre saber com quem contar.

Tendo essa série deixado tamanha marca na minha vida e terminado de maneira tão pouco satisfatória, como todo fã tão expressivamente certamente vai opinar, o dia em que a Netflix anunciou o retorno na série foi o dia em que eu selei a minha devoção a essa empresa maravilhosa-amor-de-minha-vida-salvadora-dos-fãs-desesperados. Por anos, todo fã sonhou com um filme para preencher as lacunas deixadas pela série e então nosso sonho veio numa aula da Netflix do que é um “Revival”, trazendo absolutamente TODO o elenco original de volta num feito inacreditável, conciliando agendas e levando os fãs ao delírio, criando uma expectativa fenômenal nos quatro episódios inéditos a serem lançados. Sim, eu revi absolutamente todos os episódios da antiga série, me emocionei novamente e tive opiniões distintas sobre tanta coisa, o que denota que desde de a primeira vez que assisti a série eu tive minha própria jornada de mudanças. Hoje é um dos dias mais esperados do ano para mim e eu gostaria de compartilhar esse sentimento com outros fãs que estiveram tão ansiosos quanto eu, sintam-se abraçados. Agora, enquanto você lê isso eu provavelmente estou vendo os episódios inéditos, secando as lágrimas com lencinhos eu, possivelmente, já terminei e estou digerindo. Espero que nossa visita a Stars Hollow seja tudo aquilo que esperamos.


2 comentários:

  1. Oi, Jack!
    Eu nunca fui muito fã da série, mas esses dias eu assisti o piloto e curti. Quem sabe não arrisco uma maratona?
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe da promoção seis anos de Caverna Literária

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  2. Jack! Essa série está em minha lista da NETFLIX, estou apenas esperando sobrar um tempinho livre pra poder começar!!
    http://grandemetamorphose.blogspot.com.br/

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