Resenha ~ Cidades de Papel - John Green




Hoje a adaptação cinematográfica desse livro chega aos cinemas de todo o país e terminei essa leitura bem a tempo ufaaa, pois gosto muito quando tenho a oportunidade de ler um livro antes de ver sua adaptação para as telonas - normalmente para criticar a segunda, mas não acho que esse será o caso dessa vez.


John Green ganha uns pontos comigo pelo fato de ele ser um grande nerd que frequentemente cria personagens nerds, o que tem um certo apelo para mim. No entanto, devo dizer que nesse livro sua nerdice não me cativou como era de se esperar. Sinto muito fãs de J. Green, mas não vou falar muito bem desse livro.

Primeiramente, gostaria de ressaltar algo que já comentei uma vez: me agrada a forma fluída, direta e dinâmica como escreve John Green, sua escrita é rápida num geral e dá a impressão de que ele escreve no mesmo ritmo em que vivemos e isso é algo que considero bastante positivo. No entanto, esse livro, dividido em três partes, para mim foi linearmente desenvolvendo-se em altos e baixos. A primeira parte é bastante intrigante e rápida, capaz de prender a atenção e te fazer continuar interessado na leitura, sendo assim o primeiro ponto alto. A segunda parte é um tanto tensa e começa a envolver o leitor num grande mistério, mas para mim logo no começo tornou-se monótona e eu não via a hora de algo acontecer, sendo então o primeiro ponto baixo. A terceira parte, pode ser dividida em dois momentos sendo o primeiro um ponto alto, divertido e acelerado, e o segundo momento - o final propriamente dito -  para mim foi um ponto baixo, um tanto quanto frustrante, apesar de que eu já não sabia bem o que esperar do final conforme lia, apenas que acabasse.

Agradeço à querida prima/amiga/leitora, Nanda, por se dar ao trabalho de tirar
as fotos para o post para que eu não precisasse tirar fotos da tela do ereader

Não posso afirmar ter amado nenhum dos personagens genuinamente - talvez Radar que é o mais nerd tenha despertado minha simpatia e eu certamente dei algumas risadas com o Ben, mas nada que tenha deixado uma impressão. Quanto a Margo, poucas vezes vi uma personagem tão pretensiosa e egocêntrica, difícil entender toda essa obsessão do Quentin ao longo dos anos. Já o próprio Quentin, apesar de ser um menino inteligente, divertido e com grande coração, teve suas qualidades ofuscadas ao se revelar desde o começo do livro no maior stalker que já vi na ficção, não conseguia parar de pensar GET A LIFE se ele não tinha outras preocupações na vida.

A verdade é que não posso dizer que adorei o livro, mas reconheço que tem uma mensagem relevante, especialmente para jovens, no sentido de abrir os olhos para nosso péssimo hábito de romantizar as pessoas, nos incentivando a tomar árdua tarefa de ver as pessoas como o que são realmente: pessoas como nós. Mas apesar de em alguns momentos o livro me fazer pensar e tudo mais, não tive um grande envolvimento com os personagens, talvez por serem adolescentes demais e estarmos em realidades muito distintas ou talvez nem seja esse o motivo, já que me senti diferente lendo outros livros para Jovens Leitores, como por exemplo a própria Culpa é das Estrelas ou as Vantagens de Ser Invisível, onde a identificação ocorreu.

Apesar de tudo, tenho boas expectativas para o filme. Penso que na hora de adaptar, é possível enfatizar as partes interessantes do livro e minimizar o marasmo apresentar uma história legal. Esse pode vir a ser um dos raríssimos casos em que o filme é melhor do que o livro. Como estou comprando meu ingresso, espero que seja.


Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, por que vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através das rachaduras deles.



Atualizado em 21/07/15


Ontem finalmente fomos assistir Cidades de Papel e, assim que acabou o filme, falei para as meninas: Esse é um dos raríssimos momentos  em que vocês vão ouvir da minha boca as palavras "O filme é melhor do que o livro". Sim, o filme é melhor, mais ameno, menos dramático sem perder o mistério e definitivamente mais divertido. Os atores fizeram um ótimo trabalho ao incorporar os personagens e a Cara Delevingne especialmente fez jus ao mito Margot e ao mesmo tempo finalmente me fez ver a Margot pessoa. Há bastantes mudanças na adaptação não tão fiel do livro, a maioria das quais me fez gostar mais do filme. O final especialmente, que no livro é frustrante, na adaptação conseguiu entregar a mensagem de forma mais palatável. Num geral, saí do cinema com o tipo de sensação de satisfação tranquila que fechar o livro não me gerou.


2 comentários:

  1. Tive a mesma sensação que você. Para mim foi um livro ok e o grande triunfo foi a mensagem que o John quis passar, como sempre tenta em seus livros. Falando nisso, chegou a ler O Teorema Katherine? Porque daquele ali não consegui tirar mensagem nenhuma hahahahah. Enfim... foi um livro morno, justamente por ser meio parado em certos momentos e por eu também não ter me identificado com os personagens, coisa que ocorreu com o Miles em Quem é você, Alasca? por exemplo.
    Assisti ao filme depois em casa, mas sem prestar muita atenção hahaha. Assistirei novamente para ver se é realmente melhor. Às vezes acontece. Beijos!!

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    Respostas
    1. Oi, Carol. Tudo bem?
      Acho John Green bacana e tal, mas ainda não me deixou uma marca, sabe? Vou tentar um terceiro livro. Quem sabe...
      Bjs

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