O deus da Guerra da Cultura Pop


Perambulando pela internet, e curiosa que sou, entro em várias notícias, curiosidades e coisas afins de temas que nem sempre são do meu real interesse ou tenho muito domínio. Entre vários cliques durante o dia o que mais me chama atenção são os comentários de ódio que transbordam para todos os lados. E quando o assunto é Cultura Pop parece que estamos em um campo de batalha no qual há uma metralhadora de dislikes, preconceitos disfarçados de opinião (que são quase uma bomba) e que cada pessoa representa um deus da Guerra, causando a discórdia e chutando o diálogo para longe.

Kratos ficaria confuso e pediria ajuda da Mulher Maravilha pra enfrentar alguns vilões xD
Já abordamos algumas vezes aqui o modo como enxergamos a magia da ficção e de como ela serve de escape e divertimento. Divertimento, SIM, mas não estamos imunes às mensagens e “lições” trazidas por elas. É ótimo pertencer a um fandom e achar pessoas que, de certa forma, nos entendam e até nos completam, mas isso se torna um problema quando esquecemos o que aprendemos dentro desse próprio universo ficcional, pois o propósito da obra se perde. E é irônico, para não dizer triste, quando notamos que, por exemplo, fãs de Star Wars apoiam a intervenção militar (!!!) ou que fãs dos X-MEN não apoiam a diversidade (!!!), fãs de Harry Potter que são racistas e/ou xenófobos (!!!), fãs da Mulher Maravilha e não respeitam à causa feminista (!!!) e, infelizmente, há muitos outros exemplos. #LêDeNovoGALERE!
Reclamar que “não era assim antes” ou que “estão perdendo a essência” são argumentos rasos, mas extremamente comuns. Em muitos casos os personagens já apresentavam determinadas pretensões e somente agora foram confirmados pelos criadores (Ex. Le Fou e Dumbledore = gays, MM como uma representação feminista, etc.) e no caso de representações negras ou mudanças das etnias dos personagens, precisamos falar de contextualização: nossas referências geeks são, em sua maioria, americanas e entre as décadas de 1940 e 1960 (boom das criações dos personagens icônicos nas HQs) a segregação racial dos EUA era fortíssima e é lógico que isso refletia nas histórias. #REFLITÃO
É preciso entender que o universo geek está em constante desenvolvimento e está passando por uma evolução. Muitos personagens ainda vão se assumir gays, vão ter mais mulheres com voz, mais personagens negros, mais espaço para essas “minorias”, porque isso é reflexo da nossa evolução no “mundo real”. E é isso que torna tudo ainda mais mágico: você evoluir junto com o esse grande universo ficcional. E pergunto: quanto deles está dentro de nós? E será que conseguimos passar adiante, nem que seja um pouco, o que aprendemos com eles?
Já contamos para vocês como nossa paixão por Harry Potter nos uniu, como nos afastamos em alguns universos e nos reaproximamos em outros. Não precisamos gostar de tudo, não é? Sabe as casas de Hogwarts? Então! É uma competição saudável, zoamos, brincamos e até tretamos, mas fazemos tudo isso priorizando o respeito. Como a rainha Rowling e outros reis e rainhas nos ensinaram!
E não confunda não gostar de algo com ser hater, hater é distribuição, perseguição e incentivo ao ódio, uma caça às bruxas só porque, de alguma forma, você é contra ela! O que vai contra todos os universos ficcionais de que me lembro! Por fim, imagine que a Cultura Pop é um graaaande cardápio com vastas opções para serem degustadas, é muito para ser digerido tudo de uma vez, você pode se engasgar ali, não gostar do que consumiu acolá, dizer que nunca mais vai experimentar isso de novo (e até tentar depois!), ao mesmo tempo que pode se lambuzar em seu prato preferido e viciar em algo novo.
Relaxa se não gostar de um prato ou de alguma mudança! Você sempre tem opção de não comer e pedir outra coisa! Faça um crítica ao chef, mas não detone o cardápio inteiro sem ter experimentado tudo. E isso serve para várias coisas. ;)

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