Everything Sucks!


"Everything Sucks!", a nova comédia da netflix, é uma série “coming of age” que usa os anos 90 como pano de fundo - um tanto quanto nostálgico - para contar a história de um grupo de estudantes do ensino médio da cidade de Boring (chato, em português) em Oregon. Com um começo um pouco trôpego, a série evolui para uma primeira temporada promissora daquilo que eu consideraria uma “farofinha leve” que intercala esparsos momentos emotivos, mas que num geral, dentre seus erros e acertos, revela potencial.


A Netflix vendeu muito bem a ideia da série, mesmo que não tenha sido uma venda totalmente honesta, se formos sinceros. Toda a divulgação foi completamente focada no saudosismo dos anos 90 como se esse fosse o principal tema da série, quando é em verdade apenas o pano de fundo e, me permitindo uma opinião claramente parcial de quem nasceu no final do século passado, mesmo que esse seja um pano de fundo um tanto interessante, não foi algo tão explorado quanto poderia e, talvez desejássemos. Tem internet lenta, extensão de telefone, MTV, locadora, etc.? Tem, mas como uma criança da época ainda senti que ficou um pouco raso, mas deu matar um pouco a saudade e abre aí o caminho. Vale ressaltar a trilha sonora que trás, claro, Alanis Morissetti, Oasis e Offspring, dentre outros.

De maneira não inovadora, mas não menos eficaz, a série foca nos desafios de jovens nerds e deslocados tentando se encontrar e se estabelecerem nas complicadas relações sociais da adolescência, fazendo o clássico contraste com os populares que, à primeira vista, parecem ter tudo sob controle. Ao mesmo tempo em que a série acerta em alguns personagens, como os protagonistas, Luke (Jahi Di'Allo Winston) e principalmente sua amiga Kate (Peyton Kennedy, definitivamente a melhor no jovem elenco), peca na linearidade de alguns arcos e também por apresentar alguns personagens extremamente caricatos, alguns deles beirando ao insuportável, como o nerd McQuaid (Rio Mangini).



É curioso, se comparado com séries como “Confissões de Adolescente” que foram gravadas à época em que ocorriam, como uma série gravada hoje, mas que se passa há duas décadas, tem a liberdade de se utilizar de contrastes entre as épocas para abordar tanto as diferenças quanto as semelhanças de temas adolescentes universais, como primeiro amor, amizade, pertencimento, descoberta da sexualidade, problemas familiares e autoconhecimento, dentre tantos outros que são eternamente relevantes para o gênero. Esses são desafios que os jovens de todas as idades encaram e que em muitos e diferentes níveis se assemelham ou diferem a cada geração. Temas que são compreensíveis para quem ainda os vive e saudosos para quem já os viveu, principal motivo da popularidade do gênero. Para mim, o interessante da escolha de retratar essa história nos anos 90 é justamente por ser um período divisor de águas, marcado pelo início da popularização da internet em que ainda havia uma dificuldade do acesso à informação. Para o telespectador atual, esse contraste pode resultar em reconhecimento para aqueles que viveram esse período e interesse para aqueles mais jovens que nunca viveram num mundo sem Google.

Curtinha, com apenas dez episódios de aproximadamente 25 minutos cada, “Everything Sucks!” é uma maratona fácil, quase para iniciantes (eu vi numa noite). Mesmo com seus tropeços, achei a série divertida e, sendo repleta de momentos fofos, bastante cativante. Essa farofinha merece a chance de uma segunda temporada e tem potencial para vir mais temperada. #Oremos



2 comentários:

  1. Oii Jack, adoro os anos 90, e apesar de a série não focar tanto nisso eu vou dar uma chance e ver o que acho, ainda mais que é curtinha dá pra ver rapidinho.
    -Beijos,Carol!
    http://entrehistoriasblog.blogspot.com.br/

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