Além dos sabres de luz e das vassouras voadoras


Sendo fã de Cultura Pop, o MIS (Museu de Imagem e Som) é um dos meus museus prediletos aqui de São Paulo. Não bastassem exposições inesquecíveis, o Museu promove vários cursos sensacionais, alguns deles um tanto quanto incomuns e fantásticos - trocadilho proposital e você vai entender o porquê.



No ano passado, fiz o curso “Star Wars: Uma Nova Leitura”, com duração total de oito horas dividas em quatro noites de aula. Agora estou estou cursando “Harry Potter: Uma História da Magia”, que em suas cinco aulas somará doze horas e meia de curso. Ambos ministrados pela brilhante e simpática Cláudia Fusco, mestre em Science Fiction Studies pela Universidade de Liverpool e, obviamente, corvina.

Mas por qual motivo estou falando tudo isso? Não, não é pra fazer inveja. E sim, também serve para avisar aos desavisados para que fiquem de olho na programação do museu; mas não, não é esse o motivo. É simplesmente para falar novamente daquela paixão que temos em comum por aqui: Ficção. Precisa de mais?

Se pararmos pra pensar, esses dois cursos que mencionei somam juntos mais de vinte horas. É, literalmente, quase que um dia inteiro debatendo sobre as duas maiores sagas da Cultura Pop. Para aqueles que não vivenciam a ficção como alguns de nós, vai parecer um absurdo e provavelmente incompreensível que haja sequer assunto para tanto. Para aqueles que, por outro lado, respiram ficção, é evidente que há questões de sobra pra encaixar nesse espaço de tempo e que vão muito além de sabres de luz e vassouras voadoras. Aliás, filosofia, política, história e religião, dentre outros temas por trás dessas duas franquias são parte essencial daquilo que as fazem tão interessantes e razão do impacto que esses fenômenos causaram e causam na sociedade moderna. E, para a alegria dos fãs, esses temas fascinantes são aparentemente motivação para infindáveis estudos e debates.

Praticamente todos os meus amigos mais próximos eu devo de uma forma ou de outra a Harry Potter e Star Wars, já mencionei isso algumas vezes por aqui, e por mais que eu esteja acostumada a passar horas discutindo sobre isso com eles, acho extraordinária a ideia de um grupo formado por dezenas de fãs - a maioria desconhecidos entre si, muitos fãs desde a infância - dispostos a se reunir à noite, mesmo cansados do trabalho, pelo puro prazer de um debate sério e produtivo - mas também extremamente divertido - sobre as histórias que marcaram suas vidas. Isso tudo é, para mim, evidência do poder transformador da ficção.

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