GLOW (2ª Temporada)

GLOW é a minha série queridinha da Netflix, a inusitada comédia sobre mulheres da luta livre nos anos 80 me conquistou desde o episódio piloto e, depois de uma primeira temporada excepcional, conseguiu a proeza de voltar com uma segunda temporada ainda melhor, novamente com um alto teor “maratonístico”. Mais uma vez quase perdi a hora por ter ficado assistindo até tarde sem sequer perceber. Essa é uma série que tranquilamente dá pra ver de uma vez só, pois tem apenas dez episódios curtos e todos eles terminam com aquele arzinho de intriga que a gente adooora.


Se na primeira temporada o principal desafio era fazer com que o exótico e diverso grupo de mulheres aprendesse a lutar a fim de conseguir gravar um piloto convincente suficiente a ponto de vender a ideia do programa para uma emissora, na segunda temporada fica bem claro que apesar do avanço absurdo do grupo elas estão bem longe de uma jornada sem adversidades.

Uma das coisas que mais me impressionou na primeira temporada foi o empenho surpreendente das atrizes na parte física exigida por suas personagens e, nossa, como evoluíram de uma temporada para a outra. Sério, elas estão lutando demais! A evolução de todo elenco é muito evidente e realmente impressionante, mas em especial Betty Gilpin (Debbie) está fenomenal. Essas mulheres estão mais poderosas do que nunca!



Chama atenção também a forma como a maioria das personagens não é retratada em extremos, vilões ou mocinhos, mas sim pessoas que em diversos momentos protagonizam um papel diferente em suas e nas histórias de outros; mostrando em meio a um pano de fundo tão inusitado, personagens que são em suma humanas, com inseguranças e problemas reais. Isso é particularmente verdadeiro em se tratando do trio principal Ruth (Alison Brie), Debbie (Betty Gilpin) e Sam Sylvia (Marc Maron).

Vemos agora uma tentativa de corrigir uma das principais falhas da temporada de estreia, que talvez por falta de tempo, não dava voz às histórias dos coadjuvantes que acabavam por vezes soando superficiais e até mesmo pouco interessantes. Agora há um pouco mais de espaço para alguns deles brilharem - destaque para a Tammé (Kia Stevens) -, mas a maioria das personagens ainda assim tem sua história abordada de forma bastante rasa, alguns deixando um gancho para uma possível exploração em - espero - temporadas vindouras. Senti falta de mais presença da Carmem (Britney Young) e Cherry (Sydelle Noel), que apesar de serem duas das personagens mais interessantes acabam meio que sendo esquecidas no churrasco nessa temporada, com uma promessa de desenvolvimento que por fim não é realmente entregue.



Claramente, a química entre as protagonistas e a tensão que permeia a relação única que orbita entre amizade, ódio e rivalidade é ainda parte fundamental do sucesso da série e Brie e Gilpin levam esse núcleo central para outro patamar nessa temporada. Além disso, novamente a série brilha na ambientação dos anos 80 e explora com maestria o machismo característico da época, fazendo uma brilhante crítica ao contrastar problemas que as mulheres sofriam na época com os que ainda hoje, três décadas depois, infelizmente, são mais atuais do que nunca.


Com uma segunda temporada ousada e mais madura, a série vai do drama tocante a comédia de maneira inesperada e cativante - chorei de rir com um dos últimos episódios da temporada, que é uma das coisas mais inusitadas pra não dizer sem noção que vi na televisão recentemente. Uma prova da genialidade da série é que, quanto mais absurdo possa parecer o programa que estão gravando dentro da trama, a vontade de assistir é real oficial. Assim, GLOW continua sendo uma comédia diferente, interessante, empolgante, que emociona, envolve e surpreende, deixando um gostinho de quero mais a cada episódio e uma vontade enorme de renovação de temporada - Por favor, Netflix, nunca te pedi nada além das milhares de coisas que peço o tempo inteiro. Quero a terceira temporada de GLOW na minha mesa em cinco minutos. Valendo!


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